O mundo está mudando e, com isso, o comportamento e a personalidade do jovem também. Com o objetivo de dialogar sobre essas mudanças, o Centro Universitário – Católica de Santa Catarina, promoveu, nos dias 8 e 9 de março, a “Acolhida aos Pais dos Calouros”, nas unidades de Joinville e Jaraguá do Sul.
Na oportunidade, os pais assistiram à palestra “Como Ajudar seu Filho a Ter Sucesso no Ensino Superior”, ministrada pelo coordenador do Curso de Psicologia da PUCPR, Naim Akel Filho. O psicólogo falou sobre como pensam os jovens de hoje e o papel dos pais e educadores na sua formação.
Confira, a seguir, os principais pontos abordados por Akel sobre essa fase repleta de dúvidas e desafios na vida do aluno.
Prolongamento da adolescência
As mudanças que estão ocorrendo no mundo influenciam na formação da personalidade do ser humano. Com isso, a divisão clássica das fases da vida – entre criança, adolescente, adulto e idoso – já não funciona mais. Antes, o processo de independência familiar e financeira que caracteriza a idade adulta acontecia mais cedo, principalmente por causa do choque entre gerações. Como hoje somos mais compreensivos com os filhos do que nossos pais e avós foram, esse conflito entre pais e filhos diminuiu bastante e os jovens estão demorando mais para sair de casa.
Essa questão leva a um paradoxo que dificulta o processo de amadurecimento, necessário para enfrentar as dificuldades da vida: por que e como ser independente se essa dependência é tão confortável? Não podemos mais dizer que a adolescência acaba aos 18 anos porque, depois da dessa etapa, surgiu uma quinta fase, chamada hoje pelos sociólogos e psicólogos de adultez emergente.
O potencial da Geração “Z”
As pessoas da geração Z (nascidas na década de 90 até o início de 2010) já nascem com uma estruturação mental melhor e, por isso, têm um potencial muito maior para transformar a sociedade do que as gerações anteriores. Porém, elas tendem a ter muito mais transtornos psicológicos, como depressão e dependência química, se suas necessidades não forem adequadamente atendidas.
Algumas características nos fazem acreditar que os jovens de hoje são muito melhores que os das gerações anteriores: eles possuem uma cultura universal – pois têm acesso ilimitado à informação pela internet -, são menos preconceituosos e ingênuos, preocupados com o meio ambiente e muito mais éticos. Por outro lado, são mais impacientes, querendo sempre respostas imediatas, têm problemas com limites e são menos imaginativos e tolerantes à frustração. Eles não aceitam a palavra “não” porque já estão acostumados a terem o que desejam.
Os pais e a escola na educação
Os jovens estão costumados a buscar sozinhos as informações em seus equipamentos eletrônicos. Não precisam de um professor que tenha apenas um papel de instrutor, e sim, de um profissional que os ensine a usar seu potencial para superar sua impaciência e frustração. A escola, sozinha, não atinge esse objetivo; precisa da ajuda dos pais para desenvolver nos jovens competências que norteiam o processo de ensino-aprendizagem, como: autonomia, dedicação, cooperação, honestidade e senso crítico. Só assim será possível fazer com que consigam saber aprender, saber fazer e saber integrar-se. As relações entre pais e filhos são insubstituíveis.