A discussão sobre saúde mental é uma pauta cada vez mais presente em diversos ambientes, com notícias, debates e ações de conscientização. Não é à toa que a campanha do setembro amarelo gera uma grande repercussão nas redes sociais. 

O tema está em alta justamente porque estamos cada vez mais sofrendo com transtornos como depressão, ansiedade e estresse. E o ambiente de trabalho está diretamente ligado a esse cenário! Vamos falar sobre isso?

Situação da saúde mental no mercado de trabalho

A pandemia, a competitividade e falta de humanização nas relações trabalhistas são alguns dos fatores que contribuem para a saúde – positiva ou negativa, dos colaboradores de uma empresa. 

Em pesquisa realizada pela consultoria B2P, os transtornos mentais foram a segunda maior causa de afastamento em ambientes de trabalho em 2019 e 2020, com um aumento de 23% em comparação com o período anterior. Só em 2020 foram mais de 576 mil afastamentos!

Já em relação à opinião de colaboradores, de acordo com uma pesquisa realizada pela Oracle, 84% dos brasileiros acreditam que as empresas deveriam fazer mais para proteger a saúde mental. Isso porque a média global foi de 76%. 

Por que é importante olhar para a saúde mental?

Ambientes com muitos estressores mexem com o psicológico, e consequentemente com a produtividade dos colaboradores. 

Alguns fatores devem ser olhados com atenção: cobranças com prazos “impossíveis”, demandas em excesso, conflitos, comunicação ineficaz, má gestão, falta de confiança e pouco monitoramento com a jornada de trabalho.

Pensando nisso, é essencial que as empresas tenham uma mentalidade para mudança, e olhem para esses fatores que possam causar piora no quadro psíquico dos seus colaboradores. E mais: agir em conjunto para criar um ambiente confortável, seguro e com ações práticas de prevenção do adoecimento, priorizando o bem-estar de todos. 

Consequências da falta de preocupação com transtornos mentais

A OMS divulgou em pesquisa que transtornos mentais custam todo ano 1 trilhão de dólares (5 trilhões de reais) à economia global com a perda de produtividade que ocasionam.

Isso reflete a última consequência de um ciclo de falta de cuidado com a saúde mental, gerando afastamentos, licenças, baixa motivação e mais estresse.

O burnout também deve ser visto com atenção. Isso porque, devido ao aumento dos casos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) caracterizou como uma doença ocupacional. No Brasil, mais de 30% dos trabalhadores já sofreram com burnout, nos colocando no 2º lugar do ranking de países com mais casos (ISMA-BR). 

Agora pensa: em um time que 1 colaborador foi afastado devido a um adoecimento psíquico. O restante da equipe tem que suprir com a demanda de trabalho, certo? Ou seja, mais pressão e estresse em todos.

Esses prejuízos acumulados ocasionam um grande impacto, não só econômico, mas na vida das pessoas também!

Então, como promover melhorias?

Separamos algumas ações voltadas para uma maior preocupação da empresa em relação à saúde dos colaboradores. Se realizadas com constância e esforço, podem fazer muita diferença na construção de um ambiente agradável.

Se você está procurando vagas, durante entrevistas ou pesquisando, confira se as ações descritas abaixo fazem parte da empresa. 

Essas melhorias também podem ser úteis para gestores de RH, empreendedores e coordenadores. 

1 –  Investir em meios de comunicação abertos

Seja na área de Recursos Humanos ou entre líderes e liderados, as pessoas devem ter um canal aberto e seguro de comunicação. Assim, podem relatar suas queixas, angústias, reclamações e pedir ajuda em casos de assédio, por exemplo. E isso também vale para pessoas do mesmo departamento. 

Quanto mais interação, menor vai ser o nível de ansiedade – que é ocasionado por aquele medo do inesperado e da reação da empresa.

2 – Treinar e capacitar as lideranças

Gestores que não sabem como agir em certas situações comprometem a saúde mental dos colaboradores. Não saber como cobrar, partindo para agressividade, dar feedbacks ruins e desinteresse em compreender as particularidades dos colaboradores, podem acabar trazendo ainda mais estresse nos membros da equipe. 

Por isso, é importante o treinamento periódico dessas lideranças, ensinando as melhores práticas e formas de lidar com pessoas, assim como educar sobre transtornos mentais e os cuidados envolvidos. 

3 – Implementar programas voltados à prevenção da saúde mental 

É essencial deixar claro para todos na empresa que falar sobre saúde mental é algo normal e não deveria ser um tabu. Para naturalizar essa discussão no dia a dia, é possível criar programas voltados a isso, envolvendo a cultura organizacional. 

Ofereça palestras, eventos e rodas de conversas sobre autocuidado, prevenção ao suicídio, transtornos mentais, burnout, inteligência emocional. Também vale incluir a psicoterapia como um benefício. 

Com esse conjunto de estratégias, que envolve os colaboradores e profissionais da área, sua empresa contribui para a manutenção da saúde mental com o tratamento adequado de todos.

4 – Avaliação de resultados e melhorias constantes

Implementar programas e iniciativas relacionados à saúde mental não significa que os esforços acabaram. Verificar regularmente como está a comunicação, a relação entre líderes/colaboradores e times, a adesão a palestras e terapia, número de afastamentos e outros fatores, é uma forma de monitorar resultados e planejar em melhorias. 

Tendências e comportamentos podem mudar, por isso a empresa precisa estar sempre atualizada para estar se aprimorando. 

E não esqueça! Fale sobre o assunto com frequência

Depois de entender a importância, as consequências da falta de cuidado e as melhorias envolvendo a saúde mental no ambiente de trabalho, você já sabe o que procurar em uma empresa, assim como indicar para colegas e gestores da sua rede.

Quanto mais o assunto for discutido, mais esforços serão realizados para tratamento e prevenção, e mais saudáveis serão os ambientes de trabalho. 

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