Desde o mês de abril, o Plano de Mobilidade Urbana é uma exigência da União aos municípios com mais de 20 mil habitantes que buscam financiamentos na área. A Lei 12.587/2012 foi aprovada em janeiro de 2012 e tem o objetivo de melhorar a integração entre os diferentes modos de transporte, a acessibilidade e a mobilidade de pessoas e cargas nas cidades. Na época, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, apenas 210 municípios (4,8%) brasileiros, de um total de 5.565, tinham planos de mobilidade urbana elaborados no Brasil.
Jaraguá do Sul é uma das cidades que estão correndo contra o tempo para finalizar a tarefa. Com uma frota de mais de 100 mil veículos, garantir um trânsito mais seguro e com menos engarrafamentos é um dos grandes desafios do município atualmente. A previsão é de que o plano seja concluído no segundo semestre deste ano pela Urbtec, de Curitiba, vencedora da licitação para elaboração da proposta.
A professora do Curso de Engenharia Civil da Católica de Santa Catarina, Juliana Junqueira, afirma que um dos principais problemas enfrentados no trânsito da cidade é o predomínio do transporte individual sobre o público – o que vai na contramão das diretrizes sobre mobilidade. “Infelizmente, essa forma de deslocamento ainda tem se mostrado mais eficiente e, muitas vezes, mais econômica”, avalia.
Entre os fatores que contribuem com o problema, a professora cita as más condições das calçadas e a falta de ciclovias, de integração entre as linhas do transporte coletivo e entre os diferentes modais – pedestre, bicicleta, automóvel e ônibus.
Juliana destaca que é preciso priorizar um transporte coletivo de qualidade, que atenda à demanda da população. Além de aumentar e interligar a rede de ciclovias e ciclofaixas e implantar paraciclos (suporte físico onde a bicicleta é presa) e bicicletários ao longo da malha urbana, para incentivar o uso da bicicleta.
“Além disso, é preciso instalar alguns vestiários para que os ciclistas possam se trocar antes de continuar suas atividades diárias”, comenta Juliana, destacando a necessidade de realizar campanhas de conscientização para mudar o pensamento das pessoas.
“É necessário realizar um processo de educação, mostrando as vantagens da utilização do ônibus e a bicicleta. Trabalhar o tema com as crianças nas escolas e realizar campanhas nas empresas. Não adianta investir em mobilidade sem essa mudança cultural”.