Você já parou para pensar como será o mundo com o avanço da tecnologia? Os robôs irão nos substituir nas empresas e nos deixarão desempregados? Os humanos irão controlar as máquinas ou será o contrário? O cenário futurista mostrado no cinema está próximo ou ainda é uma realidade distante?

Para debater sobre esse cenário, a Católica de Santa Catarina promoveu, nesta segunda e terça-feira, 24 e 25, a palestra gratuita “Impactos da Sociedade 5.0 e Indústria 4.0 – Seus Desafios e Oportunidades”, nas unidades de Joinville e Jaraguá do Sul. A palestra foi ministrada por Juliano H. Reinert, professor dos Cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção, Sistemas de Informação e Engenharia de Software da Instituição e mestre em Engenharia de Produção.

Juliano garante que, em um futuro próximo, praticamente tudo estará conectado em rede. O professor destaca que essa mudança já começou a ser desenhada no Brasil e exigirá das empresas, da população e do governo, uma nova visão sobre os valores que nortearão a sociedade.

Uma pesquisa realizada pela multinacional Cisco Systems em abril de 2014 prevê que, em 2020, cerca de 50 bilhões de dispositivos estarão presentes em carros, eletrodomésticos, roupas e outros itens do cotidiano. Os especialistas em inovação garantem que esse número não é nenhum exagero, pois, na época em que o estudo foi feito, já havia 12,1 bilhões de dispositivos integrados à Internet em todo o mundo.

Confira, a seguir, os principais pontos da palestra presencial ocorrida na segunda e terça-feira.

Na sexta-feira, 28, a apresentação será online, a partir das 18h. Os inscritos receberão, via e-mail, um link para acessar o vídeo ao vivo.

Relação homem x máquina

A Sociedade 5.0 é um conceito relativamente novo e vislumbra que, num futuro próximo, pessoas e robôs irão coexistir de forma harmoniosa. Esse processo está se tornando realidade no Japão e na Alemanha e já foi iniciado no Brasil. Os sistemas serão integrados por redes inteligentes e todas as máquinas e veículos terão sensores e microchips. Você deve se perguntar: quem controla quem nesse processo? O foco da Sociedade 5.0 está nas pessoas, e não nas máquinas. Nesse sentido, a máquina será uma ferramenta para evitar erros humanos, e não para controlar quem a utiliza. Ou seja, é o homem quem vai dar ordens para a máquina, e não o contrário.

Qualidade de vida

Mais do que aumentar a produtividade nas indústrias, a simbiose entre homens e robôs vem para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Hoje já é realidade usar um relógio que consegue registrar o número de passos e quantas horas de sono você tem por dia. Próximo ao ano de 2030, o serviço de monitoramento de saúde vai possibilitar que seu médico identifique problemas que você pode vir a ter um dia, em vez de tratar a doença somente depois que ela surge. As novas tecnologias também evitarão desastres naturais e os processos de produção serão mais sustentáveis, com menos poluição e energias mais limpas, o que nos ajudará a viver mais e melhor.

Desafios

As inovações acontecerão em todos os setores, que trabalharão de forma interconectada. Nesse novo cenário, vários desafios têm surgido e um deles é a cybersegurança. Exemplo dessa necessidade é que, em 2015, milhões de casas ficaram sem energia por até oito horas na Ucrânia devido a um cyberataque. Já imaginou um hacker invadindo o sistema de uma casa inteligente? Outro ponto a ser trabalhado é o aumento da faixa etária da população. Segundo a I-Scoop – empresa de treinamento e consultoria em negócios digitais -, até 2050, pelo menos 20% da população mundial terá 60 anos ou mais. O aumento da qualidade de vida fará com que as pessoas vivam mais e isso exigirá que o Brasil se prepare para atender às demandas de cuidados da saúde, doenças crônicas relacionadas à idade e o planejamento na área da previdência.

Produção eficiente

A indústria convive diariamente com a pressão por custos mais baixos de produção, ciclos de vida de produtos cada vez menores e clientes com demandas cada vez mais complexas e personalizadas. Para atender estas novas necessidades, a Indústria 4.0 pode ser muito útil, principalmente na inteligência do processo e quantidade de informações para tomada de decisões.

A coesão entre o real e o virtual se dará com a popularização de objetos que nos ajudarão na realidade do dia a dia. O funcionário de um setor de logística poderá, por exemplo, usar um óculos de realidade aumentada para ajudá-lo a visualizar a forma mais adequada de movimentar os produtos, tornando o trabalho mais rápido e evitando acidentes.

Mercado de trabalho

Diante das novas tecnologias, surgirão novas áreas e novas oportunidades de trabalho, da mesma forma que muitas profissões deixarão de existir. No Brasil, todas as profissões, sem exceção, sofrerão alguma alteração nos próximos 10 anos e a haverá a necessidade de se adaptar para acompanhar essa evolução. É importante dizer que o mercado de trabalho não irá desaparecer; o que vai acontecer daqui para frente é que os profissionais ganharão ferramentas para tomar decisões melhores.

Profissões do futuro

O ser humano possui três capacidades que a máquina não tem: emoção, criatividade e poder de negociação. Por isso, profissões que exigem essas habilidades jamais deixarão de existir. Já os empregos com mão-de-obra manual e repetitiva estarão comprometidos num futuro próximo. Quem estudar e se aperfeiçoar será relocado para áreas em que as tarefas não podem ser executadas pelos robôs ou máquinas.

Na unidade de Jaraguá do Sul, palestra ocorreu na terça-feira, 25, no auditório

Na unidade de Jaraguá do Sul, palestra ocorreu na terça-feira, 25, no auditório