Estamos vivendo tempos de hábitos reprogramados. Consumimos menos combustível pois muitos adotaram a prática de home office e estão evitando deslocamentos. Roupas, jantares e outras aquisições em geral também diminuíram com um cotidiano mais concentrado nas casas. Mas tem um outro tipo de consumo que só aumenta: o de cultura. Com a necessidade de distanciamento social, tivemos de aprender a nos distanciar, reduzir e até mesmo abdicar de várias atividades. Na contramão disso, a cultura se apresenta como um oásis. Verdadeiro refúgio. Uma janela para o encantamento. Aliás, não só uma. Várias.  A música nos transporta para momentos, lugares e emoções. Assistir um espetáculo de dança, mesmo que de forma digital, enche os olhos com os belos movimentos. Filmes, séries e documentário via canais tradicionais, streamings, mídias digitais e analógicas estão com tudo. Possibilitam uma forma de entretenimento muito favorável, pois trazem, no conforto e segurança de casa, a oportunidade de vivenciar outras realidades. E temos a literatura. Ah, os livros. Esses são os nossos melhores amigos. Com eles, aprendemos desde os primeiros anos de vida. Começando pelo básico, a decifrar o código da escrita e atribuir significados para as palavras. Ler aprimora a compreensão, o poder de síntese, o conhecimento, o desenvolvimento intelectual e o senso crítico. Amplia nosso vocabulário e a própria capacidade de expressão. Por meio dos livros, aprendemos a fazer contas, a entender as leis da física, da química e do universo. Entendemos como a natureza funciona e por quais caminhos a humanidade já andou. Afinal, são os livros que nos contam de onde viemos. Para quem não é muito amigo do formato analógico, não tem problema. Não faltam opções de aplicativos, livros digitais e equipamentos de leitura que proporcionam praticidade na leitura. Dá para ter uma biblioteca toda sem precisar de prateleiras. Grandes nomes da tecnologia, como Bill Gates, inclusive, não abrem mão da prática. O empresário norte-americano é enfático em afirmar que “sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria história”. A leitura é certamente um bom hábito e, por isso, vale a pena investir nele durante toda as fases da vida. Para quem teve o privilégio de desde cedo descobrir o valor das letras, provavelmente já teve contato no ensino fundamental com autores clássicos como Machado de Assis (“Memórias Póstumas de Brás Cubas”), Jorge Amado (“Capitães da Areia”), Graciliano Ramos (“Vidas Secas”) e José de Alencar (“Iracema”). São muitos. Faltariam caracteres aqui para enumerar tantos bons escritores que temos no nosso país. Na adolescência vamos pegando gosto também por biografias. Já na fase adulta, os livros técnicos se tornam os nossos companheiros inseparáveis na conquista por uma formação. E, com disciplina, encaixamos um livro aqui e outro lá entre os inúmeros compromissos do cotidiano de “gente grande”. As horas dos dias nem sempre parecem suficientes para todas as atividades que gostaríamos de executar, mas vale a pena o esforço para nunca deixar o tempo de leitura de fora. Ler faz bem até para a nossa saúde. O reconhecido médico Drauzio Varella recomenda a prática para manter o cérebro saudável e ativo. De acordo com o especialista, quando lemos, ouvimos sons, criamos imagens e acionamos. diversos centros cerebrais. O Mal de Alzheimer, por exemplo, tem maior incidência entre pacientes analfabetos do que entre os graduados em curso superior. A leitura faz bem até para o nosso trabalho. O conhecimento assimilado por meio das leituras é um trunfo nas relações interpessoais e proporciona uma visão de mundo mais ampla. Com certeza ler aumenta o nosso repertório e ajuda a ir mais longe. E você, está lendo o quê?