O Brasil tem mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas, que totalizam 99% dos negócios do país. As pequenas empresas geram quase 15 milhões de empregos formais. Os dados da pesquisa do Sebrae em parceria com o Dieese, feita entre 2000 e 2011, mostram a importância do setor, lembrado na próxima segunda-feira, 5, quando é comemorado o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa

Muitos são os desafios enfrentados pelos empresários de MPEs no país. O diretor executivo do Centro de Inovação e Pesquisas Tecnológicas – JaraguaTec, Victor Danich, afirma que os maiores deles são os juros altos e a falta de linhas de crédito específicas para investir nos empreendimentos de pequeno porte.

Soma-se a este problema outras dificuldades, como os custos elevados para registrar o empreendimento, as exigências impostas para a regulamentação dos produtos, a alta carga tributária e trabalhista e a burocracia, que pesam ainda mais em um cenário de crise econômica.

“O empresário da micro e pequena empresa não tem aquele fôlego que o da grande e média tem, que é o capital de giro para suprir as despesas mensais. Como trabalha no limite, ele tem dificuldade de sustentar-se no mercado num momento de aperto”, destaca. Danich reforça que é preciso ajustar as contas da empresa para enfrentar o período de recessão, fazendo um planejamento detalhado para obter mais resultados com menos recursos e evitando empréstimos com juros.

Também há fatores pessoais que influenciam no desempenho do empreedimento. Conforme Danich, o empreendedor precisa ser criativo para resolver problemas e aceitar desafios, saber motivar e delegar responsabilidades na formação da equipe, ter persistência para atingir metas e se dedicar quase integralmente ao negócio.

“A dedicação, o trabalho, a formação permanente e a organização para ordenar o processo produtivo e administrativo de forma racional fazem parte de um perfil empreendedor de sucesso”, pontua.

Incentivo ao empreendedorismo

O diretor executivo do JaraguaTec, Victor Danich, afirma que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, várias entidades e programas incentivam os empreendimentos de pequeno porte. Um deles é o Programa Brasil Empreendedor, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que financia a implantação e modernização de negócios formais e informais por meio de investimentos fixos, aquisição de máquinas e equipamentos e capital de giro associado.

As MPEs também contam com o apoio de instituições como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) – que possui unidades em todo o país – e outras ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O SEBRAE, por exemplo, busca capacitar os empresários por meio de consultorias e promover o desenvolvimento das empresas. A entidade articula o contato entre os empreendedores e as instituições financeiras, com o objetivo de garantir a modalidade de crédito ou financiamento mais adequada às necessidades do negócio.

Em Jaraguá do Sul, os empreendedores de micro e pequenas empresas também têm o apoio do JaraguaTec, anexo à Católica de Santa Catarina. O Centro de Inovação e Pesquisas Tecnológicas busca incentivar a criação de pequenos negócios por meio do desenvolvimento de tecnologia e inovação. Atualmente, abriga 11 empreendimentos, que criam soluções tecnológicas para as empresas da região.

O JaraguaTec conta com o apoio de entidades como ACIJS (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul), Apevi (Associação das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedor Individual de Jaraguá do Sul), Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Prefeitura de Jaraguá do Sul, SEBRAE e SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Há três anos, os sócios Eduardo Giese e João Marcio Buttendorff abriram a Drei K Eletroeletrônica no JaraguaTec, onde a empresa funciona até hoje. Tudo começou em 2012, quando o projeto deles foi aprovado pelo Programa Sinapse da Inovação – iniciativa do governo do Estado e da FAPESC que tem o objetivo de estimular o empreendedorismo, transformando ideias inovadoras em negócios de sucesso.

Eduardo afirma que o apoio do JaraguaTec foi essencial para que a empresa pudesse conquistar o mercado. Entre os benefícios de abrir o negócio na incubadora estão os custos menores para utilizar a estrutura, as capacitações gratuitas oferecidas e a possibilidade de troca de ideias e experiências entre as empresas incubadas.

“Também pudemos usar os laboratórios da instituição quando precisamos, e isso ajudou muito no processo de desenvolvimento da empresa”, acrescenta.

Eduardo Giese (foto) e o sócio abriram a Drei K Eletroeletrônica na incubadora JaraguaTec em 2012, após terem projeto aprovado no Programa Sinapse da Inovação

Eduardo Giese (foto) e o sócio abriram a Drei K Eletroeletrônica na incubadora JaraguaTec em 2012, após terem projeto aprovado no Programa Sinapse da Inovação