Uma pesquisa da consultoria Kantar Wordpanel, divulgada em maio, apontou que 49% das famílias brasileiras estão gastando mais do que ganham. Ainda segundo o estudo, a renda familiar no ano de 2014 foi de R$ 2.994 e o gasto médio ficou em R$ 2.968, sendo as despesas com habitação, vestuário, alimentação fora do lar, higiene pessoal e educação as que mais consomem a fatia do salário.
O levantamento mostrou que o brasileiro vem colocando prioridades na hora de poupar. Para equilibrar o bolso diante do cenário econômico desfavorável, mais de um milhão de lares deixaram de se alimentar fora de casa. Além disso, as famílias vêm optando pela compra de abastecimento – levando mais produtos por ocasião e indo menos vezes ao ponto de venda -, evitando, assim, a compra por impulso. Com o estudo, é perceptível a forte tendência das famílias em voltar para casa e evitar o consumo fora dela, visando assim a uma maior economia no bolso.
Para a coordenadora do Curso de Ciências Contábeis da Católica de Santa Catarina em Joinville, Juliane Candido, esse endividamento é resultado da soma do atual cenário brasileiro – vítima de constantes aumentos nas contas, alimentos e dos preços em geral – com a dificuldade de grande parte da população em controlar os gastos financeiros.
Juliane destaca que a implantação do Plano Real, em 1994, provocou uma mudança no comportamento dos consumidores, o que levou os brasileiros a gastarem mais. “Com a hiperinflação controlada, tivemos acesso a muitos itens que antes não conseguíamos. As pessoas passaram a se sentir mais livres para comprar, impulsionando o consumo”, comenta.
Para Juliane, dois outros fatores têm contribuído significativamente com o endividamento nos últimos anos: o maior acesso ao crédito facilitado e a popularização das redes sociais. “Quando uma pessoa começa a acompanhar os hábitos dos amigos, surge a vontade de ter o que os outros possuem. Esse desejo é um grande incentivador ao consumo”, avalia.
Dicas da professora Juliane para economizar
– Use a internet a seu favor para realizar pequenas reformas. Na rede há muitos vídeos educativos que ensinam a fazer consertos mais simples, sem a necessidade de chamar um especialista;
– Procure lavar e passar roupas de uma só vez. Assim, você economizará água e energia;
– Na medida do possível, troque equipamentos eletrônicos antigos pelos que consomem menos energia. Hoje, os aparelhos vêm com um adesivo do IMETRO, que indica o consumo de energia;
– Cuide de sua saúde: faça atividades físicas, evite beber e fumar, beba bastante água e procure ter uma alimentação saudável. Assim você irá gastar menos com médicos e remédios;
– Verifique se todas as assinaturas de jornais, revistas e TV a cabo são úteis. Muitas vezes pagamos por serviços que sequer utilizamos;
– Converse com sua família sobre a situação financeira. Todos precisam estar cientes sobre as despesas do lar.