Uma pesquisa divulgada recentemente pela Revista Isto é sobre o mercado de games no Brasil traz números que impressionam: o aumento do número de empresas desenvolvedoras de jogos eletrônicos no Brasil aumentou 600% nos últimos oito anos; o crescimento do faturamento do setor de jogos eletrônicos do Brasil entre 2014 e 2016 foi de 25%; o país tem 61 milhões de gamers; o faturamento das empresas brasileiras do setor foi de US$ 1,6 bilhão em 2016.

Atenta a esse mercado extremamente promissor, a Católica de Santa Catarina oferecerá, no primeiro semestre de 2018, o Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais, nas unidades de Jaraguá do Sul e Joinville. Em Jaraguá do Sul, as aulas serão realizadas no período vespertino (das 15h às 18h45min), e, em Joinville, no período matutino (das 8h às 11h35min), a partir de fevereiro.

A graduação será ofertada na modalidade presencial e terá duração de dois anos e meio. As inscrições já estão abertas. As aulas iniciam em fevereiro do próximo ano.

O objetivo é capacitar profissionais para a criação e desenvolvimento de jogos eletrônicos para computadores, celulares, tablets ou videogames. O coordenador do curso, Maurício Henning, destaca que Santa Catarina é um dos Estados que mais produzem games no Brasil, com cerca de 200 empresas desenvolvedoras, e, por isso, a demanda por profissionais no setor é bastante alta.

O aluno irá aprender a desenvolver todas as etapas de produção de um jogo eletrônico, que inclui planejamento, lógica e programação, roteirização, desenho e animação. O foco será a criação de jogos mobile – que podem ser jogados em smartphones e tablets -, uma das áreas que mais crescem no mundo.

Para garantir que os alunos tenham acesso a todos os recursos possíveis para produzir os games, o curso firmou parcerias com as maiores desenvolvedoras de software do mundo, como Apple, Microsoft, Unity e Adobe. “Esse diferencial permite que os estudantes estejam sempre atualizados em relação ao que há de mais moderno no mercado, formando profissionais capazes de acompanhar as tendências desse setor em constante evolução”, avalia o professor Maurício Henning.

DISCIPLINAS FOCAM NAS DEMANDAS REAIS DO MERCADO

Entre os conteúdos que fazem parte da grade curricular estão as disciplinas de desenho e animação 2D e 3D, de infraestrutura para jogos e de análise de projetos. “Também será trabalhada toda a parte de inteligência artificial, usada especialmente em jogos online multiplayers (jogados em equipe), que costumam ser os preferidos dos gamers”, destaca o professor.

Para aproximar os estudantes das demandas reais do mercado de trabalho, também está prevista no currículo a disciplina de Projeto Integrador, realizada a partir da 3ª fase do curso. O acadêmico deverá utilizar os conhecimentos aprendidos nas fases anteriores da graduação, de forma multidisciplinar, para apresentar um projeto de game e avaliar se a sua implantação é ou não viável.

Setor impulsiona o surgimento de novas áreas

Na contramão da crise, o mercado de games só cresce: em 2015, o setor movimentou mundialmente, US$ 91,5 bilhões. De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa NewZoo, o Brasil é o 4º maior mercado em número de jogadores. Em termos de faturamento, o país é o 11º no ranking, movimentando por ano mais de R$ 1 bilhão. Uma prova de que proporcionar diversão e entretenimento às pessoas por meio de jogos pode ser algo muito lucrativo.

A produção de jogos digitais, porém, não se restringe ao entretenimento. Um dos nichos com grande potencial de crescimento é o de serious games, ou jogos empresariais. Esse tipo de aplicação é muito utilizado para divulgar produtos, através de jogos publicitários, e para o treinamento de funcionários, por meio de jogos educativos para ensinar conteúdos, ou de simuladores – usados geralmente para capacitar colaboradores que precisam operar máquinas de grande porte.

Mas não só de criar games vive o setor. A popularização dos jogos multiplayers é responsável por mais uma tendência que tem movimentado o mercado nos últimos anos: os cyber-atletas de e-sports, ou seja, jovens que são contratados para treinar determinados jogos e representar agremiações em competições nacionais e internacionais de jogos virtuais, como acontece com um atleta comum.

“Isso mostra que o setor de games ainda tem muito a crescer e a contribuir com o surgimento de novas profissões e novos nichos da economia”, avalia Henning.