Acadêmicos e professores do curso de Nutrição da Católica de Santa Catarina de Joinville visitarão no próximo dia 3 de setembro (segunda-feira) o Parque Estadual Acaraí no município de São Francisco do Sul.

A visita será atividade da disciplina de Sociologia e Antropologia da Nutrição, ministrada pela professora Fabiola Possamai. O professor Paulo Luiz Viteritte, coordenador do curso de Nutrição também participará da atividade acadêmica.

Segundo o professor Paulo, o Parque Estadual Acaraí oferece muitos “ingredientes” para a disciplina de Sociologia e Antropologia da Nutrição. “A visita técnica com os gestores do Parque e pessoas que contam suas histórias de vida pode ser compreendida sob a perspectiva sociológica e antropológica ampliando o campo de visão do acadêmico sobre a importância da sua profissão na vida de outras pessoas”, destaca o docente.

O professor explica que durante a Guerra do Paraguai era a farinha da mandioca produzida nos engenhos da área do atual Parque Estadual Acarai que alimentava os soldados brasileiros. Os registros históricos identificam um pouco mais de 42 engenhos combinados com a produção da cambira, peixe salgado e exposto ao sol. Foi graças ao modelo de vida dos grupos locais e de sua relação com o ambiente, ao longo dos anos de ocupação, que a região do parque apresenta a maior ocorrência de área de restinga do Sul do Brasil.

Além disso, guarda o maior registro de povos sambaquianos com cerca de 40 sítios arqueológicos, alguns ainda pouco estudados embora indiquem a variação climática dos últimos 4 a 5 mil anos.  A população preserva cantigas e ladainhas fortemente marcadas pelo seu modo de vida, a fuga dos negros escravizados e o comércio da antiga estrada que fazia o escoamento de produtos para o Porto do Rei, no Linguado.

“Aprender a conhecer para preservar assume uma dimensão que a regulamentação ambiental não consegue expressar, na medida em que desconhece as especificidades locais, como a vida dos habitantes e sua forma de interação com a natureza na produção de sua existência”, resume o professor.