No último dia 3, 31 acadêmicos da 7ª fase do Curso de Biomedicina da Católica de Santa Catarina em Joinville apresentaram os trabalhos realizados no primeiro semestre durante o Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório III (ECSOIII). Os resultados das pesquisas foram apresentados em forma de pôsteres, que foram expostos na sala A09 da unidade.
Foram abordados 31 temas diferentes, entre eles: controle de qualidade; fatores que limitam ou inviabilizam um resultado adequado em exames cito e anatomopatológicos; toxidade de agrotóxicos; mecanismos genéticos e imunológicos presentes em soropositivos; cuidados necessários com o gel condutor no procedimento estático de radiofrequência; taxa de abandono vacinal em menores de um ano na região de Joinville em 2014, impactos do processo de regionalização do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Joinville; e controle para infestações de pombos transmissores de doenças.
Os trabalhos começaram a ser produzidos em março, no início do estágio, e foram concluídos no dia 26 de junho, sob a supervisão da professora Simone Moreira. Os acadêmicos realizaram os estágios em laboratórios de análises clínicas, clínicas de estética, hospitais e serviços como o Centro de Anatomia Patológica e Imunohistoquímica (CAPI), Serviços Integrados de Patologia (SIP), Serviço de Vigilância Epidemiológica, Serviço de Verificação de Óbito (SVO), Serviço de Vigilância Ambiental (SVA), Serviço de Vigilância Sanitária (SVS), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).
De acordo com a professora Simone, após a apresentação dos trabalhos, o objetivo é desenvolver artigos científicos para publicação em veículos especializados e apresentações em congressos na área. “Muitos trabalhos foram desenvolvidos com excelência, demonstrando comprometimento, responsabilidade e capacidade técnica”, destaca.
O Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório inicia na 5ª fase do curso e continua até a 8ª fase. O aluno precisa cumprir 520 horas de estágio, distribuídos em Visitas Supervisionadas (ECSO I e III) e Estágios Operacionais (ECSO III e IV). Os Estágios I, II e III são realizados em diversas áreas do âmbito de atuação do biomédico. O Estágio IV, que será realizado no próximo semestre, ocorre somente na área de análises clínicas e toxicológicas.
“O Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório é um potencializador da formação acadêmica. Representa um desafio, um espaço de construção do conhecimento com a possibilidade de entender as experiências como inesgotáveis”, avalia a professora Simone.
Acadêmica estuda abandono vacinal de crianças em Joinville
Um dos trabalhos de destaque que foram apresentados é o da acadêmica Manuela Proença, 25 anos. A pesquisa “Taxa de abandono vacinal em menores de um ano na região de Joinville no ano de 2014” avaliou o número de crianças que recebem a primeira dose da vacina, mas não são imunizadas com a segunda ou terceira dose.
Uma das conclusões de Manuela é que Joinville tem uma taxa elevada de crianças que não são imunizadas corretamente – cerca de 40%. Outra constatação é que a vacina contra a hepatite B possui o índice mais alto de abandono: aproximadamente 70%. Para Manuela, isso ocorre porque o bebê recebe a primeira dose no hospital, após o nascimento, mas depois não é levada pelos pais para receber a segunda e terceira doses no posto de saúde, por esquecimento ou falta de informação.
No trabalho, Manuela fez um comparativo entre os três postos de saúde com taxas de vacinação mais alta e mais baixa, e avaliou os principais motivos desses resultados. Na visão dela, é necessário que o Poder Público realize uma campanha mais forte para conscientizar a população sobre a importância da vacina, para que essa orientação chegue aos pais de todas as regiões da cidade.
“O entendimento da maioria das pessoas é que a criança já fica protegida com a primeira dose. Por isso, muitos pais acabam não levando as crianças para receber as outras doses e serem imunizadas”, comenta.
Uma das soluções propostas para aumentar o percentual de crianças imunizadas é ampliar o programa Estratégia Saúde da Família (ESF) nos postos de saúde. Segundo a acadêmica, algumas unidades de Joinville dispõem de um enfermeiro que vai nas casas dos moradores aplicar as vacinas, o que tem trazido resultados positivos. Outra ação considerada viável seria que esses enfermeiros imunizassem as crianças em creches e escolinhas nos bairros com população mais carente.
“Acredito, futuramente, meu trabalho possa ser utilizado para realizar um ciclo de palestras e distribuir materiais informativos aos pais sobre a imunização das crianças”, acrescenta.