A areia oriunda dos processos de fundição vem sendo testada em diversas aplicações. Em algumas delas, como a de produção de lajotas para revestimento de calçadas, obteve-se sucesso. Um estudo recente é apresentado por Adenilson Roberto Coelho, acadêmico da quarta fase do curso de Engenharia Civil da Católica de Santa Catarina em Joinville.

Segundo o estudante o trabalho “Caracterização de argamassas com pó de exaustão de fundição” resulta do sentimento de que os resíduos decorrentes de procesos industriais precisam ter a destinação adequada.

Comenta que o setor industrial, em geral, desenvolveu suas atividades de produção de bens sem a preocupação com a redução da quantidade de resíduos, mas com as políticas nacionais voltadas à conservação do meio ambiente passa a existir a consciência que a geração de novos produtos através da reciclagem de resíduos como alternativa concreta, já que o desenvolvimento sustentável requer uma redução do consumo de matérias-primas não renováveis. Neste ambiente é possível perceber que o desenvolvimento de tecnologias ambientalmente eficazes e seguras para que o retorno destes resíduos a cadeia produtiva é extremamente importante. Neste contexto surgiu a ideia de incorporação de resíduos de fundição em argamassa.

Adenilson Roberto Coelho cita como primeiro passos da pesquisa a caracterização dos materiais constituintes e a formulação das misturas e produção das argamassas juntamente com a revisão bibliográfica. Os materiais constituintes da argamassa são os aglomerantes cimento e cal, o agregado miúdo (areia) e o resíduo pó de exaustão de fundição. As especificações dos aglomerantes serão obtidas diretamente de seus fabricantes. As características do pó de exaustão serão obtidas de trabalhos científicos já realizados com o mesmo. Existem uma série de características importantes que precisam ser avaliadas para qualificar o agregado miúdo para uso em argamassa. Os detalhes de execução dos métodos de ensaio e procedimentos para a caracterização do agregado miúdo, bem como os limites especificados devem ser buscados diretamente nas Normas Técnicas da ABNT.

O estudante avalia que o trabalho proposto é viável devido à disponibilidade de utilização do resíduo pó de exaustão de fundição na Fundição Tupy, de Joinville, bem como os outros materiais a serem utilizados. Os equipamentos necessários para as caracterizações dos materiais e argamassa estão disponíveis nos laboratórios da Católica SC em Joinville e em Jaraguá do Sul. Para realizar a pesquisa, orientada pela Professora Helena Samy Ravache, coordenadora do curso, o acadêmico utilizou pó de exaustão proveniente da Fundição Tupy