Usar a criatividade para transformar peças de roupas em figurinos de personagens do Circo Teatro Irmãos Urbanski de Jaraguá do Sul. Esse era o objetivo das acadêmicas Sarah Luisa Hornof e Laura Pedri Pereira, que cursam a 6ª fase do curso de Moda na Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul, ao desenvolver um projeto de iniciação científica com o título “Reerguendo a lona: criação de figurino para o circo Teatro Irmãos Urbanski através de customização de artigos têxteis”. O resultado do trabalho será apresentado à comunidade, nos dias 22 e 23 deste mês, durante o XIII Congresso de Iniciação Científica da Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul.

As jovens explicaram que a ideia de reformular o figurino dos personagens circenses surgiu no ano passado, quando elas e mais um grupo de colegas desenvolveram um trabalho sobre Nomadismo e escolheram o Circo Teatro Irmãos Urbanski como objeto de estudo. “Na fase final desse projeto fomos até o Circo para realizar as fotos do look confeccionado, e acabamos interagindo e conhecendo bastante os artistas, que nos contaram sobre a perda dos figurinos na enchente de 2011. Acabamos nos sensibilizando com a situação e decidimos fazer algo para ajudá-los, já que eles haviam nos ajudado tanto ao ceder a sua casa para o nosso projeto”, afirma Sarah.

A primeira ação das acadêmicas foi promover uma campanha para arrecadação de roupas que seriam utilizadas na criação dos novos figurinos. A campanha aconteceu nos meses de agosto e setembro do ano passado e envolveu toda a comunidade acadêmica. 

Por meio de visitas e conversas com os membros do circo, as acadêmicas selecionaram 6 personagens que precisavam de uma “repaginada” nos figurinos: a Sinhazinha, Sherlock Hellmanns, a Camponesa, o Lobisomem antes da transformação e um casal de palhaços. “Criamos os looks em cima das roupas doadas na campanha de arrecadação do ano passado, utilizando técnicas de customização de vestuário. Utilizamos todos os materiais recebidos durante a campanha, desde aviamentos como botões, zíperes, apliques e fitas, até alguns tecidos. A maior parte dos artigos já eram peças do vestuário prontas, que receberam intervenções nossas, mas tivemos alguns casos curiosos, como um lençol, por exemplo, que virou uma saia; e uma camisola que foi transformado em um vestido de época”, resumem as orgulhosas acadêmicas.

Apesar da proporção que o projeto tomou e do grande volume de trabalho com a criação dos figurinos, as alunas se dizem satisfeitas e realizadas com o projeto, pois os artistas ficaram muito felizes e gratos com resultado desse esforço. Sarah comenta que essa experiência serviu para entender melhor o dinamismo e o universo profissional que em breve farão parte. “Esse projeto nos mostrou como é ter contato direto com o seu “cliente”, ou com a pessoa com a qual você está trabalhando, e como a organização de cada etapa de trabalho é importante para que todo o projeto possa fluir com perfeição” diz.

Já a acadêmica Laura Pereira, destaca também o caráter solidário e de sustentabilidade do projeto “O projeto nos exigiu habilidades de organização, sistematização, sumarização e muita pesquisa para que os objetivos fossem concretizados. Além disso, pelo seu cunho social e sustentável, não devemos esquecer que é um assunto que abriu portas para uma discussão mais profunda acerca do tema”, afirma.

A professora Grazyella Cristina Oliveira de Aguiar, orientadora do projeto de pesquisa, comenta a importância que o trabalho tem no desenvolvimento acadêmico e na formação humana dos jovens graduandos. “Ao desenvolver os figurinos circenses, as acadêmicas tiverem que se preocupar com a ergonomia e usabilidade dos figurinos criados, para que os mesmos fossem funcionais para as atividades exercidas no picadeiro e cumprissem com a sua função estética, caracterizando cada personagem. Esta pesquisa trabalhou com alguns pilares essenciais para serem vivenciados ao longo da vida acadêmica como: solidariedade, sustentabilidade, criatividade e promoção cultural, trabalhando concomitantemente com a formação humana com a formação acadêmica”.