Da prática à sala de aula: uma volta à educação com propósito
Com mais de 40 anos de atuação no setor de transportes e logística, Mario Fernandes carrega uma bagagem rara de experiência prática. Iniciou sua trajetória ainda jovem, aos 18 anos, em um quartel de suprimentos do Exército, e nunca mais saiu da área. Foi ajudante de caminhão, motorista, operador de empilhadeira, gestor de pátio, supervisor de frota. Conhece cada canto de um centro de distribuição e cada curva do setor logístico.
Apesar da vasta vivência, ele decidiu fazer o caminho inverso da maioria: foi depois de conquistar o respeito e a liderança no mercado que buscou a formação acadêmica. “Eu sou da geração que dizia que faculdade era para filho de rico. Mas o tempo mudou. E a Católica SC apareceu pra mim como uma chance de validar tudo o que eu vivi — com profundidade, com ciência, com atualização.”
A escolha pelo curso de Logística na modalidade EaD não foi por acaso. Ele analisou a grade curricular das principais instituições e encontrou na Católica SC a formação mais alinhada à realidade do setor. “Não queria um curso genérico. E a Católica foi certeira. Falava de logística de verdade.”
Superando preconceitos e se redescobrindo como estudante
Mario admite que, antes de ingressar na graduação, tinha um certo preconceito com o ensino a distância. “Achava que era coisa pra quem não queria estudar. Mas mudei totalmente de ideia. Fui surpreendido. Me exigiu muito mais do que eu imaginava. A organização, a qualidade, o nível dos conteúdos… Foi transformador.”
Estudando em casa, montou sua rotina com disciplina: “Tinha meus dias sagrados para o estudo. Segunda, terça e quarta eram intocáveis. Trancava a porta do escritório, ligava a cafeteira e virava estudante de novo. Um privilégio poder aprender assim, com liberdade e seriedade.”
Conhecimento como validação de uma trajetória vivida
Mais do que preparação para o mercado, o curso representou para Mario uma confirmação do que viveu na prática. “O curso não me preparou. Ele me atualizou. Veio pra dar nome ao que eu já fazia, pra confirmar e aprimorar aquilo que eu já aplicava.”
E foi justamente por isso que decidiu continuar e já vislumbra novos passos. “Se a idade permitir, quero fazer um mestrado. A gente envelhece no corpo, mas a mente precisa continuar em movimento.”
Integridade: o valor que sustenta tudo
Ao ser questionado sobre o que considera essencial para quem está começando na área, Mario não hesita: “Integridade acima de tudo.” Em sua fala, há força, emoção e um senso de responsabilidade raro. “Você vai ser tentado. Vai receber propostas indecorosas. Diga não. Seja honesto, custe o que custar. Pode perder salário, contrato, status. Mas vai manter a boa reputação a sua Paz e sua honra.”
Ele compartilha com franqueza os desafios éticos do setor, denunciando práticas comuns de corrupção em contratos e licitações. “Infelizmente, ainda vemos muita coisa errada. Mas acredito que quem se mantém firme é recompensado. O bem sempre vence.”
Desafios do presente e sonhos para o futuro
Mesmo com um currículo impressionante, Mario enfrenta dificuldades para se recolocar no mercado, principalmente por conta da idade. “Existe uma etariedade velada. Tenho experiência, preparo, mas sou considerado caro. É uma realidade injusta, mas não desisto.”
Ainda assim, não perde o foco. Quer voltar a ocupar um cargo estratégico, em uma grande transportadora. E reforça: “Quero terminar minha carreira com dignidade, contribuindo com aquilo que sei fazer. Enquanto isso, sigo estudando.”
Uma visão crítica e apaixonada sobre a Logística no Brasil
Mario é um entusiasta do setor de logística, mas também um crítico consciente. Defende o transporte rodoviário como base da economia nacional, aponta a falta de investimentos em modais alternativos e questiona a baixa remuneração dos profissionais. “Aqui em Santa Catarina, por exemplo, há muitas vagas, mas salários baixos. A média salarial fora do estado é até 30% maior. Isso precisa mudar.”
Mesmo assim, acredita no futuro promissor da área. “O Brasil depende da logística. Tudo passa por um caminhão. Então, quem entrar nesse setor com preparo, ética e coragem, vai ter seu lugar.”
Orgulho em ser Católica SC
No fim da conversa, Mario deixa claro seu orgulho pela trajetória construída com a Católica SC. “Foi uma experiência que me trouxe conhecimento, respeito e segurança. Já coloco no meu currículo com orgulho. Sem desmerecer ninguém, mas a Católica está na frente. A grade do curso é séria, atualizada e conectada com o que o mercado exige.”
A história de Mario Fernandes é mais do que uma trajetória profissional — é uma lição sobre resiliência, reinvenção e propósito. Ele não apenas dirigiu caminhões e gerenciou frotas. Ele dirigiu sua própria história, com firmeza e ética, e hoje, encontra na educação a estrada para continuar avançando.
